Só mesmo nos Açores!
Segunto o Tribunal de Contas, o Sub - Secretário Regional das Pescas, Marcelo Pamplona, pagou três mil e quinhentos Euros para dar uma entrevista… a um "órgão de comunicação social".
Qual terá sido?
O jornalista Rui Gonçalves, Director do Diário Incentivo, foi ontem condenado pelo Tribunal da Horta, a pagar 1000€ por ter publicado um editorial intitulado "Corrupção Oficial" que, denunciava a forma pouco transparente como o Parlamento financiava os partidos.
Se não era verdade, então porque o Parlamento não provava, que era mentira, em vez de recorrer ao Tribunal?
Ou foi uma tentativa de amedrontar e tentar calar os jornalistas?
Mas, o mais caricato, é que a senhora Juíza, considerou que o jornalista, "NÃO DISSE NENHUMA INVERDADE".
Então porque foi condenado?
CRÓNICAS DA MINHA TERRA
33 ANOS DE PODER LOCAL
Por: Lino de Freitas Fraga
Fez ontem, 07-12-09, trinta e três (33) anos que se realizaram as primeiras eleições autárquicas no nosso País.
Como tudo era diferente, nomeadamente, nos Açores. A maioria, dos candidatos, não tinham uma ideia precisa sobre o que iria encontrar nas suas autarquias, talvez por isso, não entraram no jogo das promessas fáceis e demagógicas. Apresentaram-se ao eleitorado, apenas, com as suas ideias e com os seus pontos de vista para melhorarem as condições de vida, nas suas freguesias, nos seus Concelhos e de uma forma geral das suas ilhas.
Não se ouviu um único, dos empossados, culpar os seus antecessores para justificarem a sua incapacidade ou insucessos. Todos fecharam a página do passado e começaram uma vida nova, no dia 01 de Janeiro de 1977.
A grande maioria dos eleitos encontrou, as suas autarquias, desprovidas de meios, técnicos, humanos e financeiros. Haviam Câmaras em que, a não ser administrativos, não tinham um único trabalhador, uma única obra, um único projecto e o seu orçamento, bruto, não passava de umas míseras centenas de contos que, praticamente, só dava para as despesas correntes.
Mas, as dezenas de mulheres e homens que, nos Açores, deram a cara por este projecto autárquico, não viraram as costas aos, muitos, problemas que encontraram pela frente e deram o seu melhor em defesa da melhoria das condições de vida das suas populações. Até porque, a esmagadora maioria, não estava ali para se servir, nem para defenderem o seu futuro político, mas com sentido de missão, ao serviço do bem comum, das suas terras, e, porque não dize-lo, em defesa dos ideais em que acreditavam.
Não nos podemos esquecer que, em 1976, muitas das nossas freguesias, não tinham, água potável, electricidade, médico, centros de saúde, estradas em condições, transportes e algumas ilhas, nem portos com o mínimo de condições operacionais, nem aeroportos.
Apenas um exemplo, concreto, para os mais novos, ou distraídos: A ilha do Corvo só passou a ter electricidade vinte e quatro (24) horas por dia, a 09 de Junho de 1980, ou seja, mais de dez (10) anos depois do homem ter chegado à LUA.
Elucidativo! Não é?
Não quero dizer, de forma alguma, que os autarcas eleitos, em Dezembro de 1976, fossem melhores ou piores que os eleitos posteriormente, mas sim que, o espírito de missão era diferente, até porque a maioria dos eleitos, ou os seus familiares, tinham sentido na pele o que era viver em ditadura e mais de treze (13) anos, com o País em guerra.
Realmente, como tudo era diferente no início da nossa democracia, ninguém, ou pelo menos a esmagadora maioria, foi para este projecto autárquico, com o intuito de receber um centavo que fosse.
Foram tempos, em que, muitos, pagavam para fazer politica. Hoje, muitos, fazem política para ganhar dinheiro e fazem profissão da política.
Outros tempos, outras vontades, talvez por isso, Portugal é hoje um País próspero e altamente desenvolvido.